sexta-feira, 14 de março de 2008

Homônimos Homófonos

Disparem bombardeios adrenérgicos,
contração num baque seco, farsante.

Olhos microscópicos capturam,
potencial de fuga e ação.

Motoneurônios em geração
anabólicas ou exergônicas, tanto faz.

Estável por ressonância ou oscilando?
Quebra tudo, associando armazenamentos.

Energia química,
sem padrões de nomenclatura, que em síntese, culmina reações salivares.

Primeira instância.
complexas e alimentares.

Ligações estruturais destruídas,
descendo de maior absorção.
Possivelmente transportando especificidades,
doces sufixos de moléculas transportadas,
difunções suculentas para sentir-se leve.

Tendências as cenas ridículas,
intimidades que destroem as relações,
mutualidade excitatória entre os sexos,
extra-locações de gradientes.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Nota Mortuária

A morte pode virar um espetáculo, quando se almeja o papel principal, assim que ela sai de cena para quem tem inclinações para exerce-la, a viuvez. Seu luto traz o mistério e o respeito sensual das notáveis damas antigas, do guardar-se feminino, respeitoso e repletos de curvas na imaginação dos homens. Fazia das mulheres resolutas, sem empunhar uma espada, as transformavam em galeigas guerreiras, de lágrimas duras, ou sensíveis damas, que em cada tempo amortizado necessitaria de sua corte,
para aparar sua dor maior
justificada por seu convívio maior
por sua apatia maior,

Mesmo que ninguém lembrasse dos feitos, da beleza, da luz ou do gosto e dos momentos especiais e pessoais, do antes vivo, agora morto.
Aquele amigo, boa gente, que até da viuva já se desfizera antes da fatalidade, já não tinha lá os mesmos caminhos; embora fosse em tragetória, terno, apaixonado e apaixonante, por sua antiga senhora. Foi um choque pra todos.
Mas a viuva ora veja, não larga de seu pé, exige amigos fardados, anos a fio, para celebra-la em sua lutuosa data, não mais do morto;
Dela!
Que faz tanta questão de apagar a alegria do finado amigo, que até se inimigo fosse, não gostaria certamente de tanta repreensão para com seus amigos. Se não foi ele mais fanfarrão como aos amigos que fez questão de ter, foi porque não pode sê-lo, foi porque enquanto deveria compartilhar conosco precisava ganhar o pão.E porque foi capaz de perdoar o imperdoável.

Desde de Nelson Rodrigues, as mais interessantes figuras não estavam nas cenas de crime, nos episódios de inacreditáveis fatos comportamentais, mas na louca obsessão, motivadas pelo amor, pela dor, pela feia, pela beleza, por todo excesso e essencialmente por sentimentos como velhos medo de pôr a cara pra fora.