terça-feira, 10 de junho de 2008

O silêncio que precede o fim ( ou O início do fim)

No inicio era, como sempre, apenas o silêncio. Era quentinho e confortável lá dentro, as vezes ouvia um ou outro som, mas não se incomodava muito, quando incomodava remexia-se até que cessasse. Muitas dessas vezes o som era deveras agradável, como um afago, se soubesse o que era um afago. Ficou um bom tempo por ali, até que o espaço começou a não ser mais tão confortável quanto era antes, remexia-se procurando aquela posição que antes fora tão fácil e nada, até que de repente avistou um espaço e pensou: por ali! E foi. Mas foi difícil, o caminho era bem apertado, mas de alguma forma sabia que quando chegasse onde queria seria melhor, foi aí que algo o pegou de forma violenta, sentindo muito frio, não resistiu e chorou, foi coberto e acalentado e até que ficou um pouco mais tolerável. Mas mesmo assim preferia antes, quis voltar mas não podia, já era tarde. Nasceu!

domingo, 1 de junho de 2008

Todos os dias de Maio

Maio, foi o mês da erva sozinha.
Regina da graça que desgraça te conduz?
Será o som ermo do vazio?
Ou as palavras que não te vem a luz?
Regina que tão só aprendeu a rota,
que derrota tens a se vangloriar?
Se de triste, os caminhos ganham flores.
Se Deus gosta, de dos triste enfeitar-se.
Que Maria foi você no mês de maio?
Que Regina foi você a florear?
De que pranto foi regado o seu orvalho?
De que merda foi seu solo a sustentar?
De que seiva alimentou-se gentil carvalho?
De que pedra pôs-se em pé a sustentar?
Se te deixa a noite um caralho,
perdoe a suja boca,
mas alguem tem que falar.

Nós mulheres e a merda das calcinhas

São elas nossas rivais.
Malditas calcinhas de merdas.
maldita mania de ter inimigos!
Hoje existe calcinhas para transar com amigos.
Calcinhas pra pretendentes antigos.
Calcinhas para confraternizar regras.
Calcinhas e chocolates.
Calcinhas de biscates
Calcinhas que determinam que você é!
Calcinhas que desrespeitam sua língua.
Calcinhas que te qualificam boa moça.
Como podem ignorar as calcinhas?
Ora guardam intenções,
ora guardam vaginas
Ora guardam redenções
ora Messalina.
Calcinhas,termómetros do amor!
Em dias frios róseas com odor;
em dias quentes quem se lembra de vocês?
Calcinhas quando pedem um vinho!
Geralmente numa cozinha gelada,
ou com a compreenção de calcinhas amigas!
Calcinhas o que fizeram ?
Deixaram-as de lado,
limitadas as intenções do preto pra fuder.
Calcinhas o que fizeram de nós?
Hoje vocês custam alguns centavos,
e nós ainda escravas de vocês!

" Quanto vale ou é por quilo?" A vida imitando a arte

Não há nada de simples ser cético. Pois sempre existirá inclinações a crença alheia.
Ser cético demanda posturas legitimamente fundamentalistas!
De nada me serve o niilismo se o que se sente faz-se sagrado, secreto e segregado.
De onde perde-se de si quando nada fora seu?
Construi fundas fendas em chão areola vagabunda, e a cada dia procuro achar, mas sem reconhecer
Que hora do dia bater no peito e dizer: Fui eu?
Posso justificar,
crise dos 25, 15, 50, 75....
Ser humano, ser justificativas.
Os bons nisso são os que lidam bem em ser hipócritas.
Registrar por exemplo, pura invenção do diabo!
Se não registrássemos , deixar gravado não seria possível.
E possivelmente permaneceríamos imersos em expectativas rarefeitas
Diabo, esse dorme ao lado de Deus.
A molécula que gera a ênfase sedutora de Deus,
é o diabo ora bolas!
O diabo inspirou neuroses, neurociência, e a divindade do entendimento.
Do mais simples ao complicado.
Do mais complexos e inebriantes recados,
estava um a direita e um a esquerda.
Dois diabos.
Um eram as palavras, o outro era eu!