quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Filosofista do Martelo

Tratam de pessoas desprovidas do sentimento unitário da palavra. Livres da moral cristã que se abate sobre elas. Libertos da culpa universal que foi apregoada nas mais antigas civilizações. Aceitam-se pagãs, pela limitação que a moral, que a ditadura da culpa insere organicamente na conduta do espírito humano, porém não nega a cultura e suas manifestações, como algo divino, e a compreende segundo os níveis de entendimento unitário. Sem deixar–se escravizar e ao pensamento.
Nietzche estava certo de suas convicções quando lançou sobre si, a missão de clarear este conceito. Póstumo não se fez tão bem compreendido sendo confundido com um nazista. Seu super-homem, no qual fala, foi mal recebido, como uma espécie avançada em capacidades que os diferiam dos demais, porém mora em todos nós o além do homem a que Nietzche referia-se verdadeiramente, o homem além de si, que aceita a vida e seus obstáculos com alegria, sem interseções divinas, sem o peso do juízo da moral.O homem que carrega em si um Deus!
Existe uma tendência no que diz respeito à língua, que tem de ser cuidadosamente lapidada, onde o uso de algumas expressões perderam o poder de tender para certo lado (bom ou ruim), não se pode mais falar em melancolia, inveja, bucolismo sem relacionar imediatamente a algo ruim; o homem não escuta mais com o próprio instinto, mas institui uma via única ao sentido; não há mais chance em haver beleza em flores de cemitério, e nem mesmo enxergar a delicadeza deste imagem que a vida impreterivelmente proporciona.
Por toda parte a o cuidado em proferir as palavras certas, e o desconforto do espírito em ignorar a diversidade que elas possam vir a ter. Ser mal compreendido tornou-se uma doença pandêmica, as palavras um cárcere dos sentimentos.
Relacionamentos tumultuam-se apenas pela indisposição das partes em aceitar a diversidade das palavras. Interrelacionar-se tornou se um câncer maligno.
A frivolidade leviana das conversas pôs no lugar, a tensa pesquisa mental à procura da palavra certa, que determinará as próximas horas, de continua tensão ou certo alivio.
Renuncio as palavras que não posso dizer dúbias. Emudeço então o Livre pensamento!

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