segunda-feira, 23 de julho de 2007

Ledo engano

A de se ter um momento para dissertar sobre uma nova quimera que aparecerá, impreterivelmente em nossas vidas, que por hora me assalta bem-vinda, falo do “ledo engano”, que a pouco, em um acesso de devaneios, me dei conta, ser uma serie de pensamentos, subseqüentes que levam a esta entusiástica resolução.
Passam momentos em que nós temos mesmo que enfiar a viola no saco e admitir que nossos discursos não passam de uma série de palavras mal colocadas, com vida própria.
Mas o pôr-vir faz-se irascível, vem desaguando de forma culminante e toma por completo à lógica e as emoções, e nós, abatidos como bois de corte, pomos-nos a guerriar, contra o chão, numa última estadia.
A tendência a destruir tudo que é relacionamento, ao mero sinal de que possa a pessoa que fez-nos balançar, vir a desestruturar sua (nossa) própria convicção, demonstra somente que não há convicção alguma.
Encandeia o ledo engano.
Amar estranhamente alguém que conheceu há apenas uns meses, como se ama alguém que carrega seu próprio sangue, e desejar com todas as forças, que tenha tudo que você poderia alcançar se não estivesse sempre desistindo de si mesmo, uma dependência patológica da necessidade de substituir afeto.
Ilumina o ledo engano.
Ledo engano é a lei do retorno, é a ocasião factual com a qual a natureza devolve as réstias do pensamento, a derrocada sucinta do esconderijo de todos nós em si mesmo, esteja ao nível de profundeza que for o ledo engano virá sempre e não ensina através da clareza do consciente, mas pela dor que traduz no peito, lateja estática, coerente, segura e descontrolada.
Acredita que poderá entender pra que lado pende minhas intenções?
Se falo num acesso de felicidade ou de amargura?
Aqui as palavras oscilam, não tem vida própria, se acreditas nelas como são...
Ledo engano!

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